sábado, 23 de julho de 2011

Jogo sujo: o preço da Copa

A grande mídia não discutiu a realização da Copa. Não como deveria. A Copa nos trará investimentos e desenvolvimento, dizem quase todos. No entanto, até agora o investimento não veio de fora; pelo contrário, nosso dinheiro, verba pública, tem sido utilizado para cumprir as exigências - essas, sim, de fora.

O dinheiro, na verdade, é nosso. Deixamos de pagar melhor a nossos professores e médicos e gastamos com circo, ressaltando-se que o picadeiro renderá frutos aos supostos investidores, que exibirão suas marcas nas camisas dos jogadores e às bordas dos campos.

Muitos não sabem, mas a experiência da África do Sul foi negativa: hoje, alguns dos estádios, que consumiram dinheiro público, apodrecem.

A experiência com os Jogos Pan-Americanos de 2007, aqui no Rio, também não foi das melhores, principalmente pelo modo como foram realizadas as obras: no fim do prazo, deixando de lado as licitações.

Já defendi a estatização da seleção brasileira, com a consequente democratização da escolha de seus membros (diretas já!). Diante da crise de representatividade, creio que gastos como o da Copa e das Olimpíadas deveriam passar pelas urnas; não sem antes verificar, com efetiva transparência, quanto o Estado gastará com isso. Digo "gasto" porque o termo "investimento" soa falacioso.

Quem paga a Copa? E quem lucra com a festa?

Vale a pena conferir o que diz Andrew Jennings, jornalista da BBC:

Link para a entrevista

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