AmarElo,
do Emicida, lançado recentemente, é fabuloso. Nas palavras do
artista, o álbum tem o objetivo de devolver a calma às pessoas. E
realmente devolve, por tudo que apresenta nas melodias, nas letras e
até nas conversas gravadas.
A música que mais me tocou até agora é “Ordem natural das coisas” (que coloquei abaixo). Sugiro que escutem esta faixa e leiam sua bela poesia (letra), antes de prosseguirem neste meu textinho, que traz minha leitura da canção. Na verdade, meus comentários não são nada demais, até porque o Emicida (com part. Mc Tha) já disse tudo na faixa.
Desejo apenas ressaltar a sensibilidade e criatividade poética da letra, que coloca A VIDA - das pessoas, da semente que germina e até das aranhas - antes e ACIMA DO SOL. E há um monólogo (ou talvez diálogo) dentro da canção, em que o eu poético (lírico) insiste que “o sol é o astro rei”, e a resposta é: “okay, mas vem depois/o sol só vem depois.” E isto pra mim soa como: okay, eu tô ligado na grandeza do sol, na importância dele, no reinado do sistema solar, tudo isso aí; mas ele - mesmo sendo uma grande estrela - vem depois da vida; vem depois da merendeira e do pessoal que pega o ônibus na madruga; vem depois da dona Maria e de tudo que vive, ama, respira e suspira antes de o sol pensar em nascer. Ele - o astro rei - não pensa nem nasce, porque não tem vida, e é aí que ele perde: “o som das criança indo pra escola convence/ O feijão germina no algodão, a vida sempre vence”.
A música que mais me tocou até agora é “Ordem natural das coisas” (que coloquei abaixo). Sugiro que escutem esta faixa e leiam sua bela poesia (letra), antes de prosseguirem neste meu textinho, que traz minha leitura da canção. Na verdade, meus comentários não são nada demais, até porque o Emicida (com part. Mc Tha) já disse tudo na faixa.
Desejo apenas ressaltar a sensibilidade e criatividade poética da letra, que coloca A VIDA - das pessoas, da semente que germina e até das aranhas - antes e ACIMA DO SOL. E há um monólogo (ou talvez diálogo) dentro da canção, em que o eu poético (lírico) insiste que “o sol é o astro rei”, e a resposta é: “okay, mas vem depois/o sol só vem depois.” E isto pra mim soa como: okay, eu tô ligado na grandeza do sol, na importância dele, no reinado do sistema solar, tudo isso aí; mas ele - mesmo sendo uma grande estrela - vem depois da vida; vem depois da merendeira e do pessoal que pega o ônibus na madruga; vem depois da dona Maria e de tudo que vive, ama, respira e suspira antes de o sol pensar em nascer. Ele - o astro rei - não pensa nem nasce, porque não tem vida, e é aí que ele perde: “o som das criança indo pra escola convence/ O feijão germina no algodão, a vida sempre vence”.
Na
“ordem natural das coisas”, a vida vem antes e sempre vence. Esta
letra é uma das coisas mais lindas que já (ou)vi. Em tempos de
reificação, o cara diz - da forma mais bela com a
qual jamais sonhei - que antes de tudo vem a
vida, e não importa que seja a do broto de feijão, das aranhas
ou das pessoas - qualquer ser vivo vem antes das coisas. O sol,
esta enorme estrela que coloca geral pra girar ao
seu redor, que foi e é indispensável à vida, não deixa de
ser uma coisa e, por isso, vem depois. "O sol só vem depois".
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